Faça Sua Busca Aqui

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Shows como o de Lady Gaga só valem a pena na pista premium


Você sai cedo de casa. Enfrenta um ônibus lotado, um táxi a preço exorbitante ou um estacionamento improvisado onde Judas reencontrou as botas. Depois ainda amarga algumas horas na fila para entrar no estádio, debaixo de um sol escaldante.
Uma vez lá dentro, é uma luta de foice para conseguir um lugar razoável. Os ambulantes não dão trégua: continuam circulando (e atrapalhando a sua visão, que já não é das melhores). Alegam, com afetada humildade, que estão trabalhando, enquanto você estaria se divertindo –como se você não tivesse trabalhado muito para pagar o seu ingresso. Ah, e boa sorte se você precisar ir ao banheiro.
Finalmente o show começa, com mais de uma hora de atraso. Você aponta um par de binóculos para o palco, mas só vê formiguinhas rebolando. Pelos telões dá para discernir mais detalhes, mas nada que se compare à imagem de um DVD. Que você poderia estar vendo no conforto de sua própria casa.
Na saída, o caos é ainda maior. Cai uma chuva fina. O transporte público evaporou. O carro de um amigo, estacionado em local proibido, foi multado E arrombado. Você caminha alguns quilômetros até encontrar um ponto cheio de gente. Dali a muitos minutos, passa um ônibus solitário –e abarrotado.
Com uma pitada de exagero, esta é a via-crucis de quem se propõe a assistir a um megashow. E olha que eu excluí dessa rotina alguns elementos, raros porém graves, como brigas ou acidentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário