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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

“Seneb é o melhor personagem que eu fiz até hoje”, diz Sandro Rocha sobre José do Egito

Sandro Rocha vive carcereiro na nova minissérie da Record (Foto: Michel Angelo/Record)
O ditado já diz: em time que está ganhando, não se mexe. Sandro Rocha é garantia de sucesso quando o assunto é apresentar papéis de homens truculentos e malvados. Por conta de Rocha de Tropa de Elite, o mundo conheceu essa forte faceta do ator.
Contudo, por trás da cara de badboy que mostra na telinha e na telona, existe um ator ávido por experimentar novos dramas. Seneb chegou para proporcionar exatamente isto para Sandro.
Em conversa com o R7, o ator de José do Egito, minissérie que estreia no dia 30 de janeiro na Record, contou detalhes do personagem e como Seneb, que é um carcereiro, o tocou no pessoal e no profissional.
O processo para se tornar Seneb é demorado e dura, aproximadamente, 1h30. Como ele é egípcio, é preciso raspar todos os pelos do corpo, bronzear a pele com produto específico e fazer a maquiagem nos olhos.
Depois disso, chega a parte de encarar o figurino detalhado. Túnicas, braceletes, sandálias de couro, coletes, tocado na cabeça... É um trabalho e tanto. Só após este processo longo é que Sandro está pronto para entrar no estúdio.
Confira o bate-papo de Sandro com o R7:
R7 – Como é o Seneb?
Sandro Rocha - Ele é um carcereiro que está a serviço do Faraó (Leonardo Vieira) e de Potifar (Taumaturgo Ferreira) e cuida dos presos do Egito. Em determinado dia, José (Ricky Tavares/Ângelo Paes Leme) chega para ser mais um preso e Seneb não tem nenhuma referência dele. Ele só cumpre ordens de Potifar, independente da história ou do motivo que levou José até a prisão.
R7 – Ou seja, ele trata José como qualquer outro preso...
Sandro Rocha – Isso. José chega ao Egito como escravo, depois de ser vendido pelos irmãos, e só vai preso por conta da Sati (Larissa Maciel), esposa de Potifar, que tenta seduzi-lo. Quando ela viu que ele não cedeu aos seus encantos, ela arma um escândalo como se ele tivesse a assediado. Com isso, ele vai preso injustamente.
R7 – E apesar de ser carcereiro, Seneb é malvado ou não?
Sandro Rocha - Ele não é um cara nem do bem e nem do mal. Ele cumpre ordens. Só que não se trata preso com delicadeza. É um universo truculento, de chicotadas... Não tem moleza. A punição maior naquela época era a chicotada, e com José não tem diferença. É como se fosse um alerta para avisar que ali, na prisão, a banda toca daquele jeito. Ele mostra como funciona tudo. José apanha bastante até o dia da rebelião na prisão.
R7 – O que acontece nesta rebelião?
Sandro Rocha - Seneb toma uma flechada, e quem cuida dele é José. Ele passa a olhar para José, inicialmente, com desconfiança, porque ele pensa que José deve estar querendo armar alguma coisa. Como ele, depois de tantas chicotadas, se dispõe a cuidar do ferimento do Seneb? Só que não. Quando Seneb pergunta para ele porque ele está tratando bem a que fez tanto mal para ele, José responde: “Você só estava cumprindo ordens”. Ele reconhece em Seneb uma autoridade local que recebe ordens do seu imediato. E ele sempre teve o imediato dele que é Deus. Ele também executa aquilo que Deus pede. Isso começa a chamar a atenção de Seneb.
R7 – Ele passa, então, por uma transformação de conduta por conta de José?
Sandro Rocha - Na verdade, o que acontece, é que a conduta do José vai fazer Seneb se interessar por essa história e esse testemunho que ele prega. Seneb chega a indagar por que José não tem reverência ao deus Seth, e ele fala que o Deus dele é único. Tudo que ele coloca a mão prospera. Seneb começa, então, a admirar José ao ponto de ter uma relação de amizade e de defesa.
R7 – Como foi o convite para participar deste projeto?
Sandro Rocha - Na verdade, eu fui fazer um teste para Potifar, mas não entrei no perfil. Eu também não me senti à vontade com Potifar. E quando li a história de Seneb, eu pensei na hora que era muito bacana. A Bíblia não chega a aprofundar tanto, mas a Vivian de Oliveira [autora da trama] criou nuances muito interessantes. Eu me apaixonei. É o melhor personagem que eu fiz até hoje, contando cinema e TV. Essa história mexe muito comigo. Para mim, é tão incrível quanto a história de Daniel na cova dos leões. É meu melhor presente até hoje.
R7 – Por que você acha que a história de Seneb é tão emocionante?
Sandro Rocha - O barato da história é você poder mostrar o lado humano de uma pessoa que está cumprindo ordens. E isso em uma época em que tudo se resolvia na chicotada. O legal é ver que, por trás desse cara, tem um cara humano, que se encanta, e que é capaz de virar o jogo.
R7 – Você tem mais de Seneb ou de Rocha, do filme Tropa de Elite?
Sandro Rocha - Eu sou, exatamente, o Seneb da transição. Acho importante esse trabalho também para as pessoas, aos poucos, conhecerem outro lado meu.
R7 – A gente percebeu que precisa ter muita dedicação, porque a caracterização é bem demorada, né?
Sandro Rocha – É sim. A raspagem é por conta dos piolhos do Egito. Era uma das pragas de lá. Para evitar isso, o povo andava sempre raspado. Além disso, tinha o lance da limpeza. Para servir ao Faraó, você tinha de se diferenciar dos hebreus, dos escravos, que eram barbudos, bem primitivos.
R7 – Você está repetindo a dose e trabalhando novamente com o Alexandre Avancini [diretor de José]. Como ele é no set?
Sandro Rocha - Ele é um cara muito interessante porque já tem visão de cinema. Ele tem primor de qualidade. Isso faz toda a diferença. Se você tem uma pessoa que já pensa em fazer cinema na televisão, você já sabe que a coisa vai acontecer de uma forma brilhante. Eu fiquei muito feliz de trabalhar com ele novamente. Ele é objetivo, sabe o que quer, e tem muito bom gosto.
R7 – Para finalizar, por que você acha que José vai encantar o público?
Sandro Rocha - Eu acho que essa trama vai ser muito impactante porque ela mostra a fidelidade de José com as promessas de Deus. Em nenhum momento ele se abala ou sofre ou deixa de fazer por seu impulso natural. Ele sabe que se ele seguir a orientação do Deus que ele crê, ele vai ter êxito naquilo que ele faz. É uma fé cega.

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