Como podemos perceber, a Linda (Bruna Linzmayer) vive um verdadeiro conto-de-fadas em “Amor à Vida”. Jovem autista super protegida pela família e fazendo jus ao nome que autor Walcyr Carrasco lhe deu, ela é a própria princesa encerrada na torre alta de um castelo, esperando pelo seu príncipe Rafael (Rainer Cadete), para salvá-la e despertá-la para o mundo exterior. A função dramática de impedi-lo sobrou para a mãe da moça, Neide, identificada imediatamente como a bruxa da história, já que o zelo com que cerca a filha é um problema para o desenvolvimento e felicidade dela. “Sofri bastante na construção dessa personagem”, revela a atriz Sandra Corveloni, que antes do início da trama, já vivia embates internos contra a tentação de julgar Neide. “No começo, parecia impossível separar o que eu penso do que ela pensa. Conversei muito com os diretores, e a Nathália (Timberg, que vive a Bernarda) me ajudou muito a compreender a personagem.”
Com uma carreira construída especialmente no teatro e acostumada a plateias menores, Sandra não deixa de se espantar com a repercussão de seu primeiro papel numa novela das nove da Globo – ainda mais depois que o “príncipe” Rafael foi preso por beijar Linda. Com certa frequência, acompanha o que falam sobre Neide nas redes sociais – onde se pede até uma morte bem dolorosa para personagem – e chega a sentir pena dela. Mas diante dos comentários nada lisonjeiros no Twitter, a atriz prefere se apegar ao fato de que, mesmo com todos os limites da ficção, a discussão sobre o convívio com pessoas especiais foi levantada. “Isso é muito importante, fico muito feliz. Mães de autistas que me escrevem e me abordam na rua mostram que esse medo que a Neide tem é bastante comum. E, com seus erros, personagem mostrou que não é com medo que se resolve as coisas”, observa a atriz.
Com informações da jornalista Patrícia Villalba da “Veja”.
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