Chegou ao fim na última sexta-feira (30), a novela “Pecado Mortal” de Carlos Lombardi na Record. Clique aqui e saiba quanto a novela marcou na audiência.
O autor Carlos Lombardi, procurado pelo portal UOL, procurou explicar porque sua novela foi tão mal na audiência e apontou três pontos que segundo ele, foram fundamentais: quem gosta de dramaturgia se afastou da Record, a emissora não soube como ajustar sua grade à da concorrência e, por fim, não exibiu o resumo de uma semana que foi planejado ao trocar de horário. “A programação precisa mudar de filosofia”, resume.
“Acho que o público de dramaturgia foi se afastando da rede. Um produto só não faz um brand – a não ser que seja de nicho, como novelas infantis no SBT. Mesmo assim, o SBT tem uma tarde inteira de mexicanas, ou seja, dedica várias horas para dramaturgia, mesmo que de qualidade questionável. Se você pensar em Record hoje em dia, pensa o quê? Jornalismo e programas policiais. Nada contra. Meus filhos adolescentes adoram “Cidade Alerta”. Só com mais produtos – acredito eu, que por sinal não tenho bola de cristal – vamos reviver o brand Record como lugar de dramaturgia e novelas.
Há uma outra razão também. Acredito que migração só acontece em final de um programa da emissora líder. É por isso que todos os canais se ajustam nas faixas horárias nos Estados Unidos e na Inglaterra. Primeiro falava-se que a novela entrava depois da novela das 9 da Globo. Só que não era fato. Ela começava em horários variáveis, mas que quase nunca coincidiam com o final da novela. A Globo foi esperta em fazer capítulos mastodônticos de “Amor à Vida”. Às vezes ia até as 23h. Esmagou nosso espaço. Depois, na troca de horário, me foi falado que íamos bater com a novela do Maneco. Ok. Não batíamos. Começávamos 20 minutos depois da novela do Maneco. Acho, portanto, que a programação precisa mudar de filosofia – mas que fique claro, sou amador na área.
Claro que a novela começou um pouco dura demais, um pouco macha demais. Isso foi sendo ajustado. Tudo isso são chutes. Só sei que “Cidade Alerta” tem um público masculino e jovem grande, “Legendários” idem, e esse público precisa ser buscado mais objetivamente.
O autor de novelas também falou sobre o que ele não gostou:
“Não gostei das câmeras Alexia. Dão qualidade próxima a cinema, mas são operacionalmente mastodônticas, o que engessou a linguagem da novela na sua primeira metade. Tudo tinha que ser feito com câmeras estáticas, então as marcações eram mais estáticas do que minha dramaturgia exige. Odeio supercloses e aqueles planos em que se os atores mexerem um milímetro vaza o contra-luz. As Alexia foram sendo abandonadas durante a narrativa, que melhorou muito. Elas podem ser ótimas para narrativas estáticas, contemplativas ou mais bem comportadas. Não pra minha dramaturgia que é sempre hiperativa”.
Na próxima segunda-feira (2), estreia a nova aposta da Record para definitivamente tentar recuperar o público de novelas que a emissora havia conquistado no passado. trata-se de “VÍtória” escrita pela experiente autora Cristianne Fridman
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